Nenhuma venda me amarra a visão
A visão vai além dos meus olhos
Eu sinto com o corpo e com a alma
Destes véus que me cegam, não quero libertar-me
Eles me mostram mesmo nesta escuridão
O que é estar realmente nua
A merce das suas fantasias
Eu passeio pelo mundo da imaginação
Dos arrepios, das dores, das delícias...
Eu espero pelo próximo afago ou tortura
Tão doce quanto nefasto
Com este enebriante frio na barriga
O tesão escorrendo pelas pernas...
Eu vejo agora mais do que nunca
Pois cada cheiro, cada som, cada sensação
Adentra tão profundamente o meu íntimo
Me fere docemente, como jamais nada o fez
Me coloca medo e me excita
Expõe meus instintos mais primitivos
Me revela como realmente sou
Animal seu, pronto para te saciar...